Na tarde imaginária e soalheira
De um pedaço de terra por escrever,
Isolada, crescera uma palmeira
Junto a um curso de água por nascer.
Ninguém soube dizer se era a primeira
Pois não teve ninguém pr`á receber
E ninguém nos dirá se a derradeira
Pois sei que mais ninguém a pôde ver…
Na tarde calma despontou, contudo,
Fazendo ouvir um estranho apelo mudo
Que não seria audível pr`a ninguém
[se nasceu, foi por pura antinomia
ou mera sugestão de uma ironia
que a negou mas que quis nascer também…]
Maria João Brito de Sousa – 14.12.2010 – 19.12h